Por que os profissionais do acolhimento estão esgotados?
Serviço de 24h e equipe mínima que sobrecarrega os profissionais.
Salários precarizados, dificultando até o acesso à terapia e autocuidado.
Rotina interrompida constantemente por demandas fora do expediente.
Falta de formação e supervisão — apesar de previstas em lei, muitos serviços não garantem capacitação inicial, continuada ou suporte emocional.
Rede de proteção desarticulada, que não compreende o papel do acolhimento e sobrecarrega ainda mais as equipes.
Exposição constante à dor e à violência, causando fadiga emocional.
Sinais de alerta: sua equipe pode estar esgotada se...
Afastamentos frequentes por saúde física ou mental.
Conflitos e falhas de comunicação entre colegas.
Desmotivação, irritabilidade e reações emocionais exacerbadas.
Redução da empatia e da escuta qualificada.
Frases como "Nada muda", "Sempre sobra para nós" se tornam comuns.
Evitação de reuniões e atividades coletivas.
Sensação de abandono institucional e pela rede.
O que fazer? Estratégias práticas
Reconheça e fale sobre o problema. Nomear o cansaço é o primeiro passo.
Crie espaços de escuta protegida, sem cobranças, para acolher emoções e refletir sobre práticas.
Revise escalas e fluxos de plantão, garantindo folgas reais.
Busque formação e supervisão, mesmo com recursos limitados — parcerias com universidades e especialistas podem ajudar.
Cobre a corresponsabilização da rede e registre as ausências institucionais.
Estabeleça pausas conscientes durante o expediente.
Valorize pequenas conquistas e estimule o reconhecimento interno.
Cuide do ambiente físico e relacional, criando espaços organizados e acolhedores.
Cuidar de quem cuida não é luxo. É garantir a permanência e a qualidade do cuidado com as crianças e adolescentes acolhidos.
Kelly Caraça
Psicóloga | Especialista em Garantia de Direitos e Políticas de Cuidado da Criança e do Adolescente
Supervisora e Formadora em Acolhimento Institucional e Processos de Adoção
"Cuidar de quem é invisível exige coragem, mas tornar visível quem cuida é um dever coletivo"
Instagram: @kellycaraca
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